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Estudante e professor da UFC desenvolvem ventilador mecânico pulmonar de baixo custo

Data de publicação: 13 de agosto de 2020. Categoria: Notícias mais recentes

Imagem do ventilador mecânicoNo enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, a pesquisa científica tem sido uma das armas mais fortes em todo o mundo, seja no âmbito da prevenção ou no tratamento dos infectados. Em terras cearenses, isso não é diferente: um grande número de cientistas vem se mobilizando na busca de soluções para esse cenário. Uma dessas propostas é o ventilador mecânico pulmonar de baixo custo e fácil manutenção desenvolvido pelo Prof. Jarbas Silveira, do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará.

Com o objetivo de integrar as unidades de saúde do Estado, o ventilador faz parte do projeto “Combate à Covid-19 a partir de operações e manutenção; produção de EPIs; prototipagem e fabricação de ventiladores mecânicos pulmonares invasivos e não invasivos e seus componentes”. A pesquisa é uma das apoiadas pela linha emergencial de combate à pandemia de coronavírus, lançada em abril pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), e conta com a parceria da UFC, da Escola de Saúde Pública (ESP/CE), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/CE) e outras instituições locais voluntárias.

O Prof. Jarbas Silveira explica como funciona o equipamento. “O respirador é um equipamento de classe III (classificação de alto risco, no critério da ANVISA), que dará sustentação à vida em caso de pacientes sedados. Ele usa controle eletrônico, realimentado por sensores de pressão e oxigênio, e controla válvulas proporcionais, o que garante robustez e confiabilidade da ventilação mecânica fornecida ao paciente”. Um dos diferenciais do ventilador, destaca ainda o professor, é a sua interface, possibilitando um manuseio simples e auxiliar no pré-diagnóstico do estado de saúde do paciente.

Outra vantagem do ventilador mecânico, segundo o pesquisador, é o custo. “A ideia é que o equipamento tenha um custo reduzido, principalmente para atender a comunidade cearense. Ainda não está totalmente definido, mas deveremos ter um custo de R$ 4 mil a R$ 5 mil de matéria-prima, usando materiais semelhantes a respiradores de mercado, o que nos dá segurança quanto ao seu uso e futura homologação”, explica. Para fins de comparação, em média geral, um ventilador mecânico hospitalar tradicional pode custar entre R$ 50 mil a R$ 200 mil. “Um grande diferencial também é quanto ao custo de royalties, que pode ser negociado junto aos inventores do equipamento”, pontua.

Atualmente o equipamento está em fase de testes, tendo sido já realizada uma primeira etapa com um pulmão artificial, sob supervisão do professor da UFC e superintendente da ESP, Marcelo Alcântara. O próximo passo é a testagem em animais, que deverá acontecer no início de novembro, em local e instituição a serem definidos. A intenção é que seja feita parceira com uma empresa que possa fabricar o equipamento. “Nesse momento, a Mallory (um dos maiores grupos de eletroportáteis da Europa) demonstra interesse e participa do projeto, no fornecimento de materiais e acompanhamento técnico-gerencial”, afirma Jarbas Silveira.

Imagem: Estudante do primeiro semestre de Engenharia de Computação da UFC Felipe PaivaCRIATIVIDADE – A ideia para o equipamento surgiu com o estudante do primeiro semestre de Engenharia de Computação da UFC Felipe Paiva, a partir de um protótipo de válvulas simples construído por ele mesmo. “A ideia de fazer o protótipo de respirador veio porque minha mãe é médica e comentava muito sobre a falta de respiradores. Também ficava discutindo com meu pai, que é engenheiro, sobre como um respirador não envolvia um conceito extremamente complexo. Logo fiz o primeiro protótipo, bem mais básico do que o atual”, relata.

Com o protótipo, Felipe fez um vídeo do equipamento e resolveu compartilhá-lo nas redes sociais. A postagem chamou atenção e possibilitou a instituição das parcerias para o desenvolvimento do ventilador hospitalar. “O novo protótipo é bem mais complexo, apresenta vários recursos de tolerância à falha, e pretendemos, no futuro, testar em humanos”, declara.

Fonte: Portal UFC

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