Evento organizado pela UFCInova debate a importância da valoração para a transferência de tecnologia
Data da publicação: 22 de julho de 2020 Categoria: Notícias mais recentesDisseminar o conhecimento sobre transferência de tecnologia, assunto cada vez mais importante para as universidades e para as Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICTs) em geral. Esse é o objetivo do encontro virtual intitulado “Mulheres falando de inovação: um debate sobre a importância da valoração para a transferência de uma tecnologia desenvolvida na universidade para o mercado”, que ocorre nesta quinta-feira (23), às 15h, através da ferramenta Google Meet (para assistir, basta acessar o link no horário informado).
O evento é organizado pela Coordenadoria de Inovação Tecnológica (UFCInova) da Universidade Federal do Ceará. As palestrantes serão a advogada Nathália Reis Santos Almeida, coordenadora de regularização da propriedade intelectual na Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Técia Carvalho, docente do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (polo IFCE) e diretora-executiva do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Norte e Nordeste (NEPEN-CE).
A mediação será feita por Ana Carolina Matos, coordenadora da UFCINova, e Lívia Queiroz, diretora da Divisão de Suporte à Propriedade Intelectual do mesmo setor.
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ‒ Com base nos pesquisadores da área, a transferência de tecnologia pode ser caracterizada como a passagem de um conhecimento técnico de uma organização à outra. No caso das universidades, refere-se a invenções e inovações oriundas de pesquisas científicas que são desenvolvidas nessas instituições e, posteriormente, repassadas ao setor produtivo. Entre as etapas desse processo estão a invenção, o patenteamento, o licenciamento, o uso comercial da tecnologia pelo titular da licença e o recebimento de royalties pela universidade.
Já a valoração consiste em, através de métodos de mensuração, atribuir valor a uma determinada tecnologia e precificá-la, levando em conta tanto fatores internos (como o investimento feito pelas universidades em recursos humanos e infraestrutura) quanto externos (como as dinâmicas de mercado). Essas e outras questões serão discutidas no evento.
Na UFC, o exemplo mais emblemático dos últimos anos nesse campo é o do Natchup, molho de acerola desenvolvido na Universidade. Após passar por todo o processo de propriedade intelectual e licenciamento, o produto está atualmente sendo comercializado no mercado. De acordo com Ana Carolina Matos, é preciso alargar e difundir o conhecimento para que casos de sucesso desse e de outros tipos tornem-se mais frequentes.
Segundo a gestora, será cada vez mais necessário ter uma visão que ultrapasse a questão da propriedade intelectual (atualmente a UFC tem cerca de 350 ativos protegidos), chegando ao estágio seguinte: disponibilizar ao mercado e à sociedade o resultado do conhecimento produzido e protegido na Universidade (o que, neste caso, ocorre por meio de licenciamento).
“Essa cultura [de supervalorização da proteção] precisa ser rompida para que criemos outra nuvem: a da necessidade de se gerar pesquisa tecnológica, know-how, olhando para o mercado e para a sociedade, com finalidade social e também econômica”, ressalta Ana Carolina Matos.
INTERCÂMBIO ‒ Outro aspecto considerado como fundamental para a disseminação da transferência de tecnologia é o intercâmbio institucional, visto que as discussões e as práticas sobre essa temática ainda são relativamente incipientes no País. No caso do Natchup, por exemplo, a UFC contou com a parceria da UFMG ‒ uma das principais referências nacionais nesse campo. “Fazer o link com outras instituições como a UFMG (ela é apenas uma das nossas parceiras) nos faz ter mais força para criar processos que nos aproximem da sociedade, do governo e das empresas, criando um ecossistema que de fato gere inovação”, pontua Ana Carolina Matos.
Fonte: Portal UFC