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Diretoria do PARTEC, Administração superior e pesquisadores da UFC iniciam reuniões sobre hub de hidrogênio verde

Data da publicação: 26 de fevereiro de 2021 Categoria: Notícias mais recentes

Após a formalização de parceria entre Universidade Federal do Ceará, Governo do Estado e investidores privados para a instalação do hub de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), a UFC começou a articulação de pesquisadores e grupos que podem, a partir de sua expertise acadêmica, contribuir para a cadeia produtiva do empreendimento.

O primeiro encontro foi realizado na quarta-feira (24) e teve como representantes da administração superior o reitor, Prof. Cândido Albuquerque; o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional, Prof. Augusto Albuquerque; Diretor-Adjunto de Empreendedorismo e Inovação PARTEC, Prof. Abraão Freires; e o Diretor-Presidente do Parque Tecnológico da UFC, Prof. Fernando Nunes.

Além dos gestores, participaram da reunião os professores Diana Azevedo, vice-diretora do Centro de Tecnologia e docente do Departamento de Engenharia Química; Murilo Luna, Moisés Bastos e Rodrigo Silveira, também da Engenharia Química; Fernando Antunes, da Engenharia Elétrica; André Bueno e Carla Andrade, da Engenharia Mecânica; Fernanda Leite, da Engenharia Hidráulica e Ambiental; e Maxweel Veras, da Engenharia de Produção, além de Expedito Parente Júnior, doutorando em Engenharia Química e coordenador técnico do Comitê de Energia do Fortaleza 2040.

Imagem: Participantes da primeira reunião acadêmica sobre a instalação do hub (Imagem: reprodução da Internet)

O Prof. Cândido Albuquerque fez a abertura da reunião, detalhando para os presentes as deliberações iniciais sobre o entendimento que já houve entre as instâncias envolvidas. O investimento para a planta da usina será da ordem de US$ 5,4 bilhões, a serem injetados pela corporação australiana Enegix Energy.

“Já é de conhecimento público que o cérebro do hub será a UFC. É a oportunidade de colocar a Universidade e os senhores como referências mundiais nessa tecnologia combustível. Por isso, a ideia é que agarremos o protagonismo científico desta iniciativa”, justificou o reitor, acrescentando não ter dúvidas de que “os investidores ficarão encantados com o que a Instituição tem a oferecer”. Segundo o Prof. Augusto Albuquerque, “o Ceará saiu na frente ao se posicionar, pois grandes players já estão se digladiando no cenário internacional”.

 

CONSTRUÇÃO COLETIVA – Em uma rodada de apresentações, cada um dos pesquisadores foi convidado a explanar seus setores de estudos e atividades em grupos de pesquisa, bem como a apontar a contribuição que poderia dar ao empreendimento, ainda em fase inicial. No Departamento de Engenharia Química, por exemplo, vários professores são vinculados a diferentes laboratórios do Grupo de Pesquisa em Separações por Adsorção (GPSA), que se dedica à captura, purificação e separação de materiais químicos e biológicos. Dentre suas linhas de pesquisa, por exemplo, está a purificação do hidrogênio e a obtenção dele a partir de rejeitos de biocombustíveis.

Imagem: A Profª Diana Azevedo falou sobre o potencial de contribuição dos pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Separações por Adsorção - GPSA (Imagem: reprodução da Internet)

A Profª Diana Azevedo destacou o Laboratório de Processos de Separação (LP1) e o trabalho desenvolvido pelo Prof. Célio Loureiro. “O GPSA, fundado em 1994 pelo Prof. Célio e por mim, tem se dedicado a processos que envolvam purificações e separações de vários materiais. Nosso grupo, que já tem um parque de equipamentos instalados, possui experiência em aprovar projetos, mas de menor valor. Teremos que ser bem hábeis no diálogo com os entes que vão investir e viabilizar a tecnologia”, disse ela.

Já o esgoto, matéria orgânica abundante nas cidades, pode resultar no hidrogênio verde (uma vez que se trata de fonte renovável). É justamente isso que estuda a Profª Fernanda Leite. “A produção de hidrogênio, neste caso, é feita através do esgoto doméstico submetido a energias bioeletroquímicas. É um dos focos de nosso Laboratório de Energias Renováveis na Engenharia Mecânica”, contou a docente.

Em contato com certas bactérias, os resíduos geram energia química que pode produzir elétrons, os quais podem ser manipulados para gerar uma corrente elétrica contínua e criar determinadas reações químicas, como a que gera o hidrogênio.

Do ponto de vista da viabilidade econômico-financeira, a contribuição virá do Departamento de Engenharia de Produção, onde estão lotados os professores Abraão Freires e Maxweel Veras. Para o Prof. Abraão, a ideia de encampar o projeto veio da experiência da administração superior ao participar de câmaras setoriais de energias renováveis, promovidas pela Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE).

“Como nosso Parque Tecnológico tem entre suas linhas estratégicas a energia renovável, ficamos impressionados e, em paralelo, pensando que poderíamos inserir a UFC nisso. Por isso, parabenizo a gestão pela agilidade e protagonismo. O grupo que está sendo formado aqui inclui pessoas da minha mais alta admiração pessoal e profissional, só tem feras. Pretendo contribuir com a modelagem econômico-financeira do empreendimento”, afirmou o coordenador de empreendedorismo da PROINTER.

“Ter uma planta industrial dessa natureza abre as portas para incentivar os hidrocarbonetos verdes, a indústria eletroquímica. Tendo o hidrogênio verde barato e abundante, dispara uma série de outros empreendimentos ao redor”, destaca o pesquisador e consultor Expedito Parente Júnior, filho do Prof. Expedito Parente (falecido em 2011), referência internacional em biodiesel.

De acordo com o reitor, os próximos encaminhamentos são prosseguir com as tratativas iniciais para elaborar o projeto da futura usina e a apresentação da contribuição acadêmica dos pesquisadores da casa aos investidores internacionais.

Fonte: Portal UFC

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