Área do cabeçalho
gov.br
Portal da UFC Acesso a informação da UFC Ouvidoria Conteúdo disponível em:Português
Brasão da Universidade Federal do Ceará

Universidade Federal do Ceará
Parque Tecnológico da UFC

Área do conteúdo

Capacete de baixo custo vai minimizar avanço de dificuldades respiratórias de pacientes da COVID-19

Data da publicação: 27 de abril de 2020 Categoria: Notícias mais recentes

Imagem: Marcelo Alcantara, superintendente da ESP, e a fisioterapeuta Gabriela Carvalho, da equipe da ESP, durante testes com o Elmo na quinta-feira (23) (Foto: Divulgação/ESP)Desenvolvida no Ceará uma solução que pode reduzir os casos graves de COVID-19. Já com testes avançados, o capacete de respiração assistida cearense, batizado de Elmo, vai passar por ajustes finais no protótipo e entrará na fase de ensaio clínico já na próxima semana, antes da produção em larga escala.

O equipamento foi desenvolvido em força-tarefa que envolve Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) através do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará) e ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (UNIFOR).

O novo modelo prevê a utilização de um mecanismo de respiração artificial não invasivo, sem necessidade de o paciente ser intubado, com maior segurança também para os profissionais de saúde. Os testes realizados nesta quinta-feira (23) animaram a equipe de pesquisadores, que verificaram a eficácia do conceito adotado na tecnologia. O próximo passo é fazer algumas correções no protótipo. “Serão redefinidos alguns materiais que possam trazer uma melhor usabilidade, conforto e ergonomia”, explica o engenheiro eletricista, especialista em engenharia clínica pela ESP/CE, David Guaribara.

Imagem: A elaboração de um protótipo do capacete de respiração assistida coube ao SENAI Ceará (Foto: Divulgação/FIEC)O aperfeiçoamento do protótipo não é complexo. A expectativa é que na próxima semana já seja apresentada uma nova proposta pelos pesquisadores. Se consolidado, o modelo cearense entra em fase de ensaio clínico. A equipe de pesquisadores para esta nova fase já está definida e será coordenada pelo superintendente da ESP/CE e professor da Faculdade de Medicina da UFC, Marcelo Alcantara. Se validados os testes em pacientes, o próximo passo é a produção dos modelos definitivos e repasse para hospitais no menor tempo possível.

Confira matéria da UFC TV sobre o Elmo:

BENEFÍCIOS – O Elmo é a promessa para desafogar as UTIs, que começam a ficar saturadas de pacientes com COVID-19. “O ventilador mecânico incorpora uma tecnologia eletro-eletrônica muito sofisticada, mais rebuscada e mais cara. Ele é usado em pacientes COVID-19 sedados, intubados, para fazer uma ventilação controlada, onde o doente fica dependente do equipamento e do leito de UTI. Já o capacete é utilizado com o paciente acordado. Ele não ocupa um leito de UTI, que tem uma demanda escassa. De um modo geral, o paciente que vai pro Elmo nem progride para um leito de UTI”, destaca David Guaribara.

Outra vantagem do Elmo é o baixo custo, que garante facilidade de produção em larga escala. Enquanto uma máquina de ventilação mecânica custa em média R$ 70 mil, o capacete respirador sai a um custo de cerca de R$ 300, a unidade. O modelo segue um tipo adotado em países da Europa, como a Itália, que teve bons resultados, com redução da necessidade de aparelhos de ventilação mecânica em cerca de 60%. O equipamento pode ainda ser desinfectado e reutilizado.

De acordo com o Prof. Jorge Soares, diretor de inovação da FUNCAP, o desenvolvimento do Elmo em um tempo tão curto foi possível graças a uma articulação eficiente que garantiu o projeto, a prototipação e os testes finais. “Por atuar como um hub de ciência e inovação no Estado, a FUNCAP facilitou a articulação de equipes de várias instituições. Estamos próximos do Produto Mínimo Viável, que é a versão mais simples de um produto possível de ser lançado. Para a fabricação em larga escala, deverá levar mais umas 4 ou 5 semanas. Estamos correndo contra o tempo, mas com muita responsabilidade”, diz.

Imagem: A elaboração de um protótipo do capacete de respiração assistida coube ao SENAI Ceará (Foto: Divulgação/FIEC)O capacete de respiração assistida é composto basicamente de três componentes: uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes. “É mais barato e rápido de fazer. Com a diferença que o paciente permanece lúcido, não é preciso sedá-lo. Ou seja, é muito mais confortável para o doente”, afirma o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque.

Segundo o Prof. Rodrigo Porto, pró-reitor-adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, o equipamento “pode ser produzido em escala. Fazendo uma estimativa conservadora, considerando que todos os insumos necessários para a sua produção estejam disponíveis, é perfeitamente possível produzir, pelo menos, 100 unidades por dia“, explica. Uma vez concluídos os testes, comprovada a eficácia do capacete e alcançada a sua certificação, “o projeto será disponibilizado ao público e às empresas em geral, para que possam produzi-lo em todo o Brasil”, garante o Prof. Rodrigo Porto.

O protótipo do Elmo foi desenvolvido no Instituto SENAI de Tecnologia em Eletrometalmecânica, a partir de uma ideia apresentada pelo superintendente da ESP/CE, Marcelo Alcantara. O SENAI Ceará é um parceiro chave na viabilização do capacete, estando envolvido na elaboração do projeto técnico, no desenvolvimento e construção do protótipo, na busca de parceiros industriais para a produção de alguns componentes e nas fases de testes que já acontecem nos laboratórios do SENAI.

Para o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, a união de esforços dos parceiros nesse momento é fundamental. “A FIEC fez questão de integrar esse projeto, que tem enorme potencial para salvar vidas e une academia, indústria e governo. Por meio do SENAI Ceará, atuamos na elaboração e no desenvolvimento do protótipo do capacete. Acreditamos que o Elmo será um aliado importante na luta contra o coronavírus, favorecendo a preservação de vidas, nosso capital mais essencial para que a economia volte a se reerguer”.

Já a UNIFOR participa da iniciativa em três frentes de atuação: no projeto das peças do capacete, nos testes de validação do protótipo e na integração das ações com as empresas do Grupo Edson Queiroz. Para o Prof. Vasco Furtado, à frente da Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da UNIFOR, “o mais relevante, nesse momento tão importante de combate à COVID-19, é a integração da academia, governo e indústria no desenvolvimento de uma tecnologia que vai ajudar no tratamento dos pacientes”.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – e-mail: ufcinforma@ufc.br

Logotipo da Superintendência de Tecnologia da Informação
Acessar Ir para o topo